Sem bula
Recebeu os exames.
Abriu-os em desespero.
Sangue, plasma, pele, órgãos
Tudo ok.
- Não corro risco!
Veio a campanha de vacinação.
Levantou cedo, iniciou a fila.
Entrou, tomou a agulhada:
- que tal mais uma, pra garantia?
Bebeu o chá, pois pegou
gotículas da forte chuva que
caiu lá fora.
Sorveu canja,
deitou sopa no estômago.
Mãos frias, cabeça quente?
Pegou o termômetro.
38°, meio grau!
Dipirona, paracetamol,
toalha fria.
- Não corro risco!
Olhos atentos no céu,
manchas na vista!
Correu, trocou os óculos (novos!),
fez exames.
Dor de cabeça, no quadril,
emplastro, pomada, Advil.
Chega a noite.
Tudo calmo, sereno,
não há sintoma de coisa alguma.
Ela fecha os olhos, dorme
[profundamente.
Mas o que ela não sabe mesmo
é que a vida é um correr de riscos.
ps* feito de uma frase solta de Taís Castro