Bálsamos do "sentir"...

Assentaram-se com neutralidade

No caminho do meio

Sendo comuns

Sem expressar indiferença

Superioridade

Ou qualquer mal algum

Dissolveram as carapaças

As velhas armaduras

Trazendo a superfície o "ser"

Deixaram-se aconchegar

Para sentir o olhar

Até se embevecer

Pois é tanta gente adoecida

Vivendo pseudo-partilhas

Da vasta matrix virtual

E nois aqui

Dançando a dança dos mortais

Sem identidades superficiais, nem mesmice

Permeando os nossos universos

Entrelaçando a matéria

A alma, a união

Despojando-se do autocentramento

Das falas exacerbadas

E de toda racionalização

Desmembrando os invólucros

As diversas fronteiras

Que desfazem a conexão

Envolvidos no dialeto d'alma

Avolumando o tempo

Sem evocar formas, estruturas e qualquer outra configuração

Acessando n'ssa intimidade

Degustando no âmago

A profundidade de cada ser

Dando abertura para o silêncio reverberar

A beleza oculta das nossas paisagens íntimas se manifestar

E nesses recortes do infinito

Esboçamos, bálsamos do "sentir"...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 25/07/2020
Reeditado em 28/01/2022
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