A PULÍTICA (Crítica em linguagem popular, à semelhança do cordel)

A pulítica hoje em dia

É um negócio rendoso

Corre o pulítico na agonia

Querendo o voto do povo

É uma fazenda ali

Um apartamento aculá

Muita muié pra sair

Uma boba pra casá

Viaje tem às pampas

No Brasil ou prus Istêistes

Pulítico que sobe a rampa

Divia usá era isqueites

Todo mundo quer ser prefeito

Não se sabe o pruquê

Tarvêis seja mermu um jeito

Do camarada enriquecê

É tanto real destruído

Os pobre nem sabe carculá

O que não tá podre tá muido

O FMI só vem arrecadá

A imprensa divulga os fato

Nóis se põe a imaginá

Coitadinho dos meus fíu

Qui não pode istudá

Taí as rua cheia

Qui nem lua no verão

De pulítico vorta e meia

Com carreata de montão

Gastando o dinheiro santo

Do povo e da nação

Fazendo muito baruio

Na sua véia pregação

Promete casa, comida, escola

Promete o cara-de-pau

Cesta básica de esmola

Tijolo, pedra, cimento e cal

O povo tá bem cansado

De tanta conversa mole

Tá todo mundo afogado

De tanta corda que engole

Salário mínimo de fome

É o que eles têm para dá

Pulítico se elege e some

Para em Brasília engordá

Você já viu os fíu

Dos pulítico cuma é?

É tudo bem bunitinho

E eles nunca anda a pé

Eles estuda em escola boa

Com piscina e tudo mais

Come pasté fino e nóis broa

Só de mesada é cem reais

Os fíu dos pobre na aula

Só vai para comê

Os rico pra se distrair

E quem financia é você

Seus fíu vai ser pedreiro

Bataiá de sol a sol

Os do pulítico bem faceiro

Na praia tomando skol

Dos 15 anos de sua fia

Você nem vai se alembrá

Já a fia do pulítico

É uma festa de arrombá

Nóis devia ter vergonha

Nem oiá prus candidato

Deixá esses carantonha

Perdido dentro do mato

Pra eles meio salário

Cesta básica e buzús

Pra completar: livro usado e

Ir receitar-se no SUS

No hospitá púbrico

É que eles devem se interná

Ficar nas enfermaria

Prus enfermeiro judiá