DISFARCE
Há em meu ser:
duas pessoas,
duas criaturas
a me pertencer.
Uma é boa.
A outra, má.
Uma é anjo.
A outra, tirano.
Uma criança a sorrir
e um velho maluco,
apodrecendo por fora
sem amadurecer por dentro.
Há dentro de mim:
duas extremidades,
duas polaridades
a me revestir.
Uma distante,
outra mais longe.
Quase sempre a cobrir
meu real semblante.
Uma face oculta,
outra sem máscaras.
Tudo isso dificulta
em meio a tantos
disfarces disfarçados,
saber quem sou.
Julimar Antônio Vianna
20/10/2007