Aco[ô]rdo.

Eu vivo perdendo

Do tempo, as horas

Da vida, ilusão

Da cara, a vergonha

Eu vivo ganhando

Histórias pra contar

Dívidas pra saldar

Aumento na memória

Eu vivo procurando

Razões pra existir e

Existir pra ter razões

Reflito...

Não há razão

Pra se estar vivo

Melhor então

Viver sem elas

Enlouqueço.

Se sempre perco

E às vezes ganho

Um dia posso empatar

E dar de cara com a sorte

Cruzar a minha doce loucura

Com a sua insana paz

E seguir, sem elas

Sem rumo e sem horas

Não quero mais pensar...

Eu vivo ganhando

Do tempo, saboto

Da vida, invento

Na cara, fingimento

Eu vivo perdendo

Histórias pelos ventos

Dúvidas num lamento

As memórias, esqueço

Eu vivo procurando

Razões pra não existir e

Existir sem ter razões

Dei de cara com a sorte.