Bruxas
Chegou a noite, o tempo das bruxas.
Levantem-se, óh! Oprimidos!
Mulher que te preza, faça-te sagrada
de símbolo e reza; guerreira armada.
Dá de teu seio o poder que em ti habita
e de teu útero o anseio por magia e vida.
Venha pobre, escravo, escória, imundo,
pois em ti também há pedaço de mundo.
Se lhe roubam dinheiro, força e autoridade
viva de amor, de feitiçaria e liberdade.
Pois chegou a noite, o tempo das bruxas.
Levantem-se, óh! Oprimidos!
Juntem-se a nós senhoras e senhores,
antes e após a guerra aos teus superiores,
pois no ascender do nosso Deus do Fogo
ancestrais são invocados ao nosso povo.
Venham! Pela Chama ígnea e pela luz das estrelas
caminhem de mãos dadas, pois no caminho há ratoeiras.
Venham ratos, vermes, monstros e baixaria
encontrem-se em si, encontrem a bruxaria.
Pois chegou a noite, o tempo das bruxas.
Levantem-se, óh! Oprimidos!
Eles querem o genocídio e aos nossos a caça:
Expulsam-nos da terra, mas a Terra é nossa pátria.
Invadem nossos lares, mas o Céu é nosso teto
e nossa religião é a liberdade, é o que é certo!
Então, filho do Sangue, levanta-te!
Levanta e entoa o feitiço das labaredas:
Na minha mente cresce liberdade;
com alma e mãos construo fortalezas.
Pois a noite já chegou, e é nossa vez de caçar.
Levantem-se, óh! Bruxas!
Levantem-se, óh! Bruxas!