Vícios
Você imundo que rasteja pelas ruas
Tão fraco, oh pobre homem
Rendeu-se ao vício, não te destruas
Eu que ando aqui, com as roupas da sanidade
Sem vícios, sem piedade!
Olho-te com desdenho, mas
Não vejo em mim o ódio que tenho
Meu vício em estar sempre certo
Meu pobre egoísmo, que me mata, me afasta de ti
Oh pobre que seguiu o incerto
Julgo-te, mas
Não me veja com desdenho quando descobrir
Que julgar também é vício, invejar e ferir
Não se assustes ao saber
Que meu interior rasteja pelas ruas
Pelas ruas de meu ser.