TRÊS LADOS
De um lado palavras.
Infundadas, fúteis
Vazias
No meio eu.
Feito João bobo
Jogado pra lá e pra cá.
Do outro raiva.
Chingamentos, discórdia
Obsessão.
Ouço as duas vertentes
Suas razões, seus objetivos
Seus motivos
E no meio, eu
Sem saber pra onde correr
Ou quem ouvir
Deveria ouvir o meio
No caso, eu mesma.
Mas decisões assim me paralizam.
Um lado, usando proveito,
Bota lenha na fogueira
Faz o circo pegar fogo
E eu?
Ali no meio, parada
Feito estátua, engessada.
O outro, querendo me acordar
Se finge de morto
Faz nem ligar
Espero as coisas se ajeitar,
Ver no que vai dar
Dou o primeiro passo
Ou deixo tudo como está?
10/09/14