CÁ ESTOU

E cá estou morrendo novamente

Solitária em meu leito

Com minhas palavras e um caderno,

Uma caneta e o inferno

Escurrassada a vida toda,

Tratada feito um cachorro

Aguentando firme no osso

Tanto, tanto desaforo.

Pessoas que nunca dizem "eu te amo",

Que só diferem raiva e blasfêmia,

Que me vêem caída ao chão

E ainda chutam, por precaução. Vai que...

Por nunca ter tido um carinho

Sonhei fazer diferente

Mas o futuro pregou-me uma peça

E te arrancou de mim, tão depressa!

Felicidade já nem conheço

Pois de mim sempre cobra um preço

Pelas metades a viver me acostumei

Porém nunca a aceitei

E jamais a superei.

02/01/15

Lu Ciana
Enviado por Lu Ciana em 14/08/2020
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