CÁ ESTOU
E cá estou morrendo novamente
Solitária em meu leito
Com minhas palavras e um caderno,
Uma caneta e o inferno
Escurrassada a vida toda,
Tratada feito um cachorro
Aguentando firme no osso
Tanto, tanto desaforo.
Pessoas que nunca dizem "eu te amo",
Que só diferem raiva e blasfêmia,
Que me vêem caída ao chão
E ainda chutam, por precaução. Vai que...
Por nunca ter tido um carinho
Sonhei fazer diferente
Mas o futuro pregou-me uma peça
E te arrancou de mim, tão depressa!
Felicidade já nem conheço
Pois de mim sempre cobra um preço
Pelas metades a viver me acostumei
Porém nunca a aceitei
E jamais a superei.
02/01/15