GAZAL DO AMOR QUE NÃO SE ESQUECE

Um amor mal-resolvido
Está fadado ao olvido?

Quem, de amor, ficou doente
É favor me dar ouvido

E dizer se dói à beça
O não ser correspondido

Pela Amada de seus sonhos
Por quem se perde o sentido?

Se dói, pela predileta,
Ser simplesmente esquecido,

Deixado em segundo plano
Tristonho, desiludido?...

Eu bem sei que a dura flecha
Empunhada por Cupido

Tem feito muito das suas
A quem a tem merecido...

No desconcerto do mundo,
Num carinho enternecido,

Sempre há do amor a presença
Em todo o acontecido.

Quer seja pleno ou sonhado,
Imaginado ou vivido,

Seja feliz ou então sofra
Quem o sinta fenecido

Ainda assim sendo amor
Está tudo esclarecido

Resolva-se ou se esquive
Do que pra si está incumbido,

Mesmo um amor desse naipe
Nunca se esquece... Duvido!!!

 

Salvaterra, Pará, Brasil, 12 de dezembro de 2012.
Composto por Leonel Vincenzo de Florença. 
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