Harmatã

quando você se foi
não coube um adeus

confisquei seu olhar
cada alívio
beijos no portão

queimei a índole
fiz uma fogueira de batom

nomeei a beleza do mundo
acabado no sofá
morrendo no pouco

escureci a cozinha
contraditória e cheia de imperfeições
fui morrer num conto de fadas
(quando tudo morre)
em branco e preto granulado


*Harmatã: vento seco e poeirento proveniente do Saara
que sopra em direção oeste e sul até a costa africana


é teu Maria Ventania
 
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 19/08/2020
Código do texto: T7040678
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