TEMPO , AGORA.

Trago fogo, e armas,

planto grãos em pedras,

busco mãos que acalma,

até o despedir da alma.

Semeio no vale, a vida,

ponho o pincel nos vales,

faço de mim a bica,

que jorra em solo árido.

Meu corpo é maquina,

é consumo, é idoso

atravessando vendaval,

é boca querendo grito,

um grito de libertação.

Meu corpo pedi ouvidos,

pedi mãos sobre mãos,

pedi a força do proletário,

em busca da salvação.

Meu corpo sofre a dor,

dos gritos dessa nação,

que geme,geme algemada,

pelas mãos do centrão.

É, é isso mesmo,

trago fogo e armas,

na caneta em ebulição,

que descreve passo a passo,

a cruel situação.

O centrão é uma intriga,

é bicho intestinal,

é a maior das lombrigas,

que nos causa tanto mal.

Alberga a pança da pátria,

lhe suga seus nutrientes,

e enquanto esses vermes sugam,

vai morrendo nossa gente.

Lá está a pátria gigante,

amarrada por tais mãos,

enquanto meu corpo grita,

por uma revolução.

Vai sugando os nutrientes,

vastas bocas do centrão,

a pátria vai desnutrindo,

pra nossa desilusão.

Enquanto eu tiver força,

vou usando minha arma,

meus versos a transitar,

é vermifugo contra os vermes,

que vive a nos desnutrir.

Mas meu corpo é bala,

que vara a imaginação,

escreve em tenra idade,

que nossa sociedade

urge por libertação.

Hoje dou mais um passo,

com minha arma na mão,

a caneta e o pensamento,

e sem bater continência,

penetro nas consciências,

neste momento agora,

o poeta sem demora , sonha

com uma revolução.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 22/08/2020
Código do texto: T7043574
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