TEMPO , AGORA.
Trago fogo, e armas,
planto grãos em pedras,
busco mãos que acalma,
até o despedir da alma.
Semeio no vale, a vida,
ponho o pincel nos vales,
faço de mim a bica,
que jorra em solo árido.
Meu corpo é maquina,
é consumo, é idoso
atravessando vendaval,
é boca querendo grito,
um grito de libertação.
Meu corpo pedi ouvidos,
pedi mãos sobre mãos,
pedi a força do proletário,
em busca da salvação.
Meu corpo sofre a dor,
dos gritos dessa nação,
que geme,geme algemada,
pelas mãos do centrão.
É, é isso mesmo,
trago fogo e armas,
na caneta em ebulição,
que descreve passo a passo,
a cruel situação.
O centrão é uma intriga,
é bicho intestinal,
é a maior das lombrigas,
que nos causa tanto mal.
Alberga a pança da pátria,
lhe suga seus nutrientes,
e enquanto esses vermes sugam,
vai morrendo nossa gente.
Lá está a pátria gigante,
amarrada por tais mãos,
enquanto meu corpo grita,
por uma revolução.
Vai sugando os nutrientes,
vastas bocas do centrão,
a pátria vai desnutrindo,
pra nossa desilusão.
Enquanto eu tiver força,
vou usando minha arma,
meus versos a transitar,
é vermifugo contra os vermes,
que vive a nos desnutrir.
Mas meu corpo é bala,
que vara a imaginação,
escreve em tenra idade,
que nossa sociedade
urge por libertação.
Hoje dou mais um passo,
com minha arma na mão,
a caneta e o pensamento,
e sem bater continência,
penetro nas consciências,
neste momento agora,
o poeta sem demora , sonha
com uma revolução.