RUA MORTA.

Vou palmilhando essa rua,

de máscara e olhares,

respiro o ar frio da manhã,

vou olhando esses prédios,

vejo pombos recolhidos,

uns tristes como a cidade,

procurei a poesia estendida

na calçada,

nada, os bares vazios,

tudo fechado como minha

imaginação.

Nova era, tempo de espiação,

um passo quebra o silêncio,

e minha alma fria,

tento extrair da rua meu

alimento,

os prédios não tem sentidos,

lá no céu uma janela abre,

uma mão sacode um pano,

logo se fecha,

tudo volta a ser tumulo,

retiro-me da poética da rua,

tento pisar outros mundos,

busco esplendor nas pedras,

só eu e este silêncio,

e a rua morta na alma.

Sai da inércia do tempo,

dei o ultimo olhar no céu,

prossegui , passo a passo,

deixei um pouco de mim

nesta rua triste,

desculpe, mas o prato de hoje

é esse, sem sal, sem pernas,

sem sorrisos,

mas acima de tudo com

verdade.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 23/08/2020
Código do texto: T7044395
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