Exílio carnal

Sinto amargura em meus passos

minha sombra já não olho de frente

as paredes que me espreitam

me condenam os pensamentos

e de súbito sou invadida

por profanidades nunca ou talvez

já sentidas

Tenho a obrigação de assassinar

todas ilusões da mente

odeio o pecado dos homens

odeio o teu pecado leitor

mas...

O fogo que me corrói as visceras

que me rasga a boca

que me faz gozar pelos poros

me maltrata ao ponto de gritar:

liberta-me!liberta-me!

a resistência começa a fraquejar

já não tenho tanto controle do que quero

Perdoa-me!

perdoa-me!

perdoa-me senhor!alivia meu espirito

dessas visões demôniacas

estou entregue a ti

meu sangue jorra todo pecado

empreguinado em meu suor

Some daqui...pará de me perseguir...

suas paredes viciosas

parem de me comer com os olhos

parem de violentar meus desejos

parem.