Analgesia

Sinto-me como um inferno em chamas, com um oráculo rugindo profanações dentro de mim.

Logo o céu colossal acariciou-me com tua vastidão, em meio à vista luminosa, aventurei-me vestida em tons sombrios, tal como uma dama da noite. A minha mente havia se transformado num cemitério de gritos silenciosos e sussurros altos, murmúrios sob alta - tensão.

Eu não consigo me encaixar na atmosfera que me é fornecida; parece que a minha boca está muda e os olhos estão cegos.

A minha alma tornou-se em grilhões aprisionando a minha inspiração dentro.

Por onde anda as quimeras do meu versejo lírico?

O meu firmamento enegreceu, refletindo um tormento sem fim...

A lua já não ilumina como antes, as estrelas deitaram sobre o céu escuro, na constelação apagada, nas infinitas noites que me rodeiam.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 28/08/2020
Código do texto: T7048111
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