Por alguns momentos diante do espelho
E a beira de um abismo de tempo
Senti um terrível e torturante vazio.
Então fechei os olhos e um grito sem palavras
Interrompeu meus pensamentos
Que insistiam em voltar.
 
Havia uma ameaça de dor
Que flutuava com o vento
E nadava ao invés da corrente
Sobre a qual nós nos amamos.
Eram lembranças que não mentem
E desejo de tê-la, novamente, nos braços.
 
Eu tremi, como se ouvisse meus pensamentos
Idos e vividos desaparecerem
No reflexo do espelho,
Nas rugas ao redor do sorriso
E envolta dos olhos.
Então te fiz poesia.