Vestida de água

Achei-a na figura da mulher

Vestida de água

Fluida e translúcida

A percorrer os vãos recônditos do meu ser

Petrificadas em suas janelas

Gotas diáfanas de chuva

Trazidas pelo milagroso tempo

Já não sinto o ar pesar

Trazendo nas mãos as invenções humanas

Salgando rios de espumas escaldantes

Dedos ansiosos a me afogar

No calor dos teus dias infinitos

O chacoalhar dos ossos

O aviso dos vermes

As noites de insônia

A solidão que acompanha

Teus olhos misturados aos meus

A escrita de Deus revela tua alma

Pequena, ainda enxergo

A imensidão a desaguar de ti

Rafaela Alonso
Enviado por Rafaela Alonso em 03/09/2020
Código do texto: T7053902
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.