O Passaro preto

O pássaro preto foi feito refém

Não mais cantava com amor

Engaiolado só cantava sua dor

O pássaro preto não mais canta

As mulheres a quem ama

Pois enjaulado viverás

Nas senzalas e nas gaiolas

Já não serão os mesmos passarinhos

Logo estão fora dos ninhos

Seja da África

Ou dos topos dos palmeirais

Um dobrava o canto em assovio,

O outro cantava aos deuses.

Mais ambos foram presos

Não sairão jamais ilesos

Das senzalas e gaiolas

Destas fazendas, casas e vilas.

Onde cantaram tristes para alegrar

Seus dominadores

Escravizadores, caçadores e colonizadores.

O pássaro preto preso está.

Barroso L
Enviado por Barroso L em 06/09/2020
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