O velho e o novo

Não tenho uma faca na mão

Apenas as palavras escritas

Os contos, os versos e

Algumas mentiras.

A violência acompanha-me

Sombra de todo meu traço

Rabisco forte o papel.

Não tenho uma faca na mão

A poesia é o meu desastre

Ouço gritos cá dentro...

Mas trabalho em silêncio...

A quem construa bela arquitetura

De métrica trabalhada em

Rito angustioso e antigo

Os versos que tenho são novos

E também são velhos

Sigo inventando dizeres e reverencio

os que viveram antes de mim.

Traga-me uma faca feita de palavras

Para que eu corte a linha

Que se faz entre o novo e a tradição.

DIEGO RAMOS
Enviado por DIEGO RAMOS em 11/09/2020
Reeditado em 11/09/2020
Código do texto: T7060947
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