seu nome

Quando olho para o céu me sinto espelhado,

E não posso olhar para o mar,

Sem pensar em me afogar,

Abraçar o vasto e imenso,

Tornando-me vazio, por um sentimento transbordante,

De um oceano exuberante.

Mas essa carne já não vibra: tremelica,

Meu peito arde com o amor não vivido,

Meu coração ecoa seu nome,

Por vezes o eco alcança meus lábios,

E meu coração se gasta á bater em portas que nunca se abrem,

Mas somente o seu nome consegue sair como uma única suplica.

Preciso que seu amor me adormeça,

Que ele venha como uma canção de ninar,

Assim como ouço canções pensando em lhe amar.

Fico como um pobre diabo longe do paraíso da tua voz.

Estou sem destino e á beira de beijar teus lábios invisíveis,

Pois sem você, o mundo é uma paisagem distante e mórbida visto de uma janela que dá em uma janela com grades, e eu sujeito á ele.

Nossas bifurcações poderiam se encontrar,

Você vindo á mim como um sonho de criança,

Uma lembrança de felicidade e esperança.

Em algum lugar somos pedaços de algo intangível,

Em algum lugar sua voz sussurra em meus pensamentos,

Em algum lugar teus dedos lançam-me marionete,

Em algum lugar somente você me atormenta.

Sou hoje o que sobrou de delírios,

Descarnado no conforto do frio dessa alma amante,

Vou e volto do que restou desse amor,

Volto contemplando a paisagem como um devoto,

E vejo o céu com o seu nome,

E o mar como um mensageiro de saudades,

E ambos são apenas belas melancolias sem você.

mary constance
Enviado por mary constance em 13/09/2020
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