A nossa MPB

Que o mundo tenha Taiguara e Gil,

Caetano e Paralamas,

Djavan, Tim e Tom,

Que possamos admirar o que é nosso

Que o Pensador seja o Gabriel,

Que o poetinha vagabundo seja Vinícius

Que Dominguinhos seja ouvido, pensado, admirado, testado,

Que Zé seja finalmente entendido,

Ou ainda que as músicas façam sentido,

Que Yamandu nos encante no violão,

Ou então Jackson no pandeiro,

Legião para metaforizar,

Titãs para protestar,

Renato e seus Blue Caps para curtir,

14 Biz para cantar a nossa linda juventude,

Milton para cantar nossas despedidas,

Bem como versar a vida de tantas e tantas Marias,

Ou Elis que cantou as viúvas da ditadura,

Chico que, como um ilusionista,

Burlou a censura nas metáforas e pseudônimos,

Ou ainda Santanna, o cantador, o poeta, o nordestino.

O cabra da peste, que versou nosso Nordeste com maestria,

Toquinho que populariza a Bossa Nova,

Gonzaga e Gonzaguinha, tão diferentes e tão iguais,

Ambos cantando a luta de seu povo,

Um acredita na rapaziada, outro acredita no sertanejo,

Um exala samba, outro forró,

Mas ambos nos levam à vida do viajante.

A Asa Branca que nos Espera na janela,

E que numa Disparada possa ir,

Fugir para qualquer lugar, ou ainda,

Que seja Além do Horizonte,

Ou quem sabe pelo Trem das Onze,

Ou que simplesmente, possa rir para não chorar,

Onde possa ver o sol se pôr,

O primeiro, ou ainda o Segundo Sol,

Mas que possa, de certeza, ter Alegria, Alegria…

E se alguém se arretar,

Dizendo que aqui não tem o que preste,

Deixe pra lá homi, faça igual Belchior,

E diga assim: Conheço o Meu Lugar!