A NINFA NUA

Ao longo da praia desfaz-se a espuma,

E como êxtase, o corpo bronzeado

Da ninfa nua surge todo eriçado

Num invólucro formado de bruma.

As velas enfunadas no oceano

Contraem-se no debrum da alva plaga,

Perto as ondas, mas bem longe a vaga

Vacila no clarão meridiano.

De repente o sol desfalece,

O corpo nu verbera a chuva fina,

Sobre o mar inquieto a bruma cresce,

O manto cinzento se descortina,

Quando a ninfa nua desenrubesce

Do nítido contado com a retina.