LÁGRIMAS NA NOITE.

Não consigo dormir,

sou noite incansável,

fito a lua , desato o nó

que a prende aos meus olhos,

apalpo-a , pele e gestos,

guardo-a na memória.

Vou a cozinha,

viro e volto, nada lá

me interessa, estou satisfeito.

Abro a janela, no meu rosto,

há mais olhos e desejos

que a essência do sono.

A noite é cruel comigo,

não me adormece, grilos pipilam,

novos vivente nascem,

mulheres choram por amor,

homens se refugiam em

atos animais.

Tudo ais , estômagos roncam,

mentes planejam breus,

tudo isso alimenta minha vigília .

A noite estará sempre em queda

de braços com minha fragilidade.

Meus olhos jamais perderam

essas gotas que me lavam,

esses poros por onde pelos

eriçam, evaporam espadas.

a noite e eu jamais dormirão.

Vivemos em conflito,

ela quer me esconder a lua,

eu quero lavar sua entranha,

e subtrair de sua extensão

tudo que há de diabólico,

enquanto existir serei resistência,

sempre aço de Minas.

A lua, há, que trivial indagação,

a Lua já guardei, é, e será minha.

como esse rubor

que cora meus dedos,

e me faz existir...

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 26/09/2020
Código do texto: T7072733
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