LÁGRIMAS NA NOITE.
Não consigo dormir,
sou noite incansável,
fito a lua , desato o nó
que a prende aos meus olhos,
apalpo-a , pele e gestos,
guardo-a na memória.
Vou a cozinha,
viro e volto, nada lá
me interessa, estou satisfeito.
Abro a janela, no meu rosto,
há mais olhos e desejos
que a essência do sono.
A noite é cruel comigo,
não me adormece, grilos pipilam,
novos vivente nascem,
mulheres choram por amor,
homens se refugiam em
atos animais.
Tudo ais , estômagos roncam,
mentes planejam breus,
tudo isso alimenta minha vigília .
A noite estará sempre em queda
de braços com minha fragilidade.
Meus olhos jamais perderam
essas gotas que me lavam,
esses poros por onde pelos
eriçam, evaporam espadas.
a noite e eu jamais dormirão.
Vivemos em conflito,
ela quer me esconder a lua,
eu quero lavar sua entranha,
e subtrair de sua extensão
tudo que há de diabólico,
enquanto existir serei resistência,
sempre aço de Minas.
A lua, há, que trivial indagação,
a Lua já guardei, é, e será minha.
como esse rubor
que cora meus dedos,
e me faz existir...