DO CIMO DO “ESTERCO”
Do cimo do monte de “esterco”
Todo sujo de por ele ter passado
Me encontro… e olho para mim…
E me renego a pertencer a este “esterco”
Depois de por ele ter passado
Tento retirá-lo de meu corpo
Mas está impregnado em mim
Sinto que por muito que me lave
Não o consigo afastar
E o sentido de rejeição me atormenta
E procuro o produto milagroso
O antídoto… o elixir…
Mas nada afasta o esterco que há em mim
Mas refuto a ideia de não me limpar
De não ser capaz de apagar em mim
O que me atormenta neste monte de esterco
Sobrevivo a custo de alguns pensamentos
De alguns momentos…bons claro!!!
Mas o esterco em mim sempre se manifesta
Pela parte de que em mim não presta
E então protesto
Protesto na convicção de que sou capaz
De me limpar sem me magoar
Saindo do esterco, voltarei a respirar
Voltarei a AMAR…
CAMAFECA
BOSTON UK, 30 – 08 – 2007