Crônicas de um poeta

Eu sou uma fraude

Não escrevo nada de bom

Mas ainda sim escrevo

Invento uma realidade

Crio meu mundo

Vivo meus sonhos

Vôo, nado, faço o que quero

Sou rei, mendigo, sou o que eu quiser.

Pois nas coisas que escrevo

Serei imortal

Ainda que uma imortalidade inútil

Mas ainda sim imortal

Escrever...

Banalidade, sonho, fantasia

Tudo em um único universo

O universo do tolo poeta

Que sonha com um mundo

Passa-o pra um papel

E acha interessante

Muito interessante

Viver em um mundo de delírio

Onde não de distingue

Sonho realidade e desejo

Tudo vira uma só coisa

Eis que de repente o inesperado acontece

Seus delírios transpostos em palavras

Tornam-se versos, seus versos poemas.

E todos te aplaudem

E o poeta tomado pelo êxtase

Escreve novamente

Ah vida louca essa

Onde todos os meus delírios e sonhos

Tornam-se delírios e sonhos de outras pessoas

Será que somos todos iguais.

Não o poeta não é igual

Ele da sua cara a tapa

Ele joga seus sonhos ao mundo

Interessantes ou não

Deixa os outros sonharem com ele

Se emocionar com ele

É um se corajoso

Que se expõe, pronto para ser aplaudido

Oi vaiado, pois a vida tem dois lados

E ainda sim escrevo

Escrevo porque gosto

Exponho a todos o que sou

O que sinto, o que sonho

Sou a mais sabia das criaturas

Pois todos lembraram de mim em meus versos

Como o sentimental, o poeta, ou apenas o louco

Mas ainda sim escrevo

E você ainda lê minhas loucuras

Mundo louco esse né?

Mas vou escrevendo

Expondo meus sentimentos

Transformando sonhos em palavras

Sentimentos e emoções em versos

Pois um poeta é assim

Um eterno louco com seus delírios

Onde a imaginação o leva ao infinito

E ele vive a sonhar apenas a sonhar.