Calma ai!

Eu estava muito nervosa, com muita raiva.

Minha pressão estava baixa,

Minhas noites mal dormidas

A dor aflorando-se de feridas

As costas extremamente doloridas.

Tomo calmante...

Ainda obstante

Meu sono me parece irrelevante,

Pois, por mais que eu sinta sua presença,

Ele se faz de passante e não me faz dormir

Como fazia antes.

Acordo... Então

Sem ter dormido

Sinto-me por Deus ter sido posta de castigo

Um castigo subconsciente...

O que me falta é a consciência me pesar

Mas ela não pesa,

E eu não compreendo!

Levanto-me tarde,

Não vou à escola.

Levanto-me fraca,

Não quero mais nada dessa droga sem nome.

E ao me levantar tomo meu calmante...

Estou brava, estou com raiva,

O calmante é fraco...

Ainda estou com raiva...

Agora triste,

Agora pior,

Agora inconsolável,

Agora choro.

Por que diabos não sou anjo do céu

E sim da terra?

Por que Deus é tão humano

Mas tão científico?

Por que com nada que o despropósito exige, me identifico?

O calmante é fraco,

Mais fraco que o humano do meu ser que é fraco,

Mais fraco que o mais fraco de todos os fracos

Mais fraco ainda do que a ausência da simples vontade de ter força...

Mas eu, o que sou?

Sou crítica, e subestimo o que não pode contra ela

Porque não tem forças contra tal

E nem se quer força para querer ser forte...-força que eu tenho, a de querer o que eu não tenho.

(Mas assim, do jeito que eu teimo... de repente a percebo)

Caroline Natalie Stroparo
Enviado por Caroline Natalie Stroparo em 13/11/2005
Reeditado em 14/11/2005
Código do texto: T70774