Calma ai!
Eu estava muito nervosa, com muita raiva.
Minha pressão estava baixa,
Minhas noites mal dormidas
A dor aflorando-se de feridas
As costas extremamente doloridas.
Tomo calmante...
Ainda obstante
Meu sono me parece irrelevante,
Pois, por mais que eu sinta sua presença,
Ele se faz de passante e não me faz dormir
Como fazia antes.
Acordo... Então
Sem ter dormido
Sinto-me por Deus ter sido posta de castigo
Um castigo subconsciente...
O que me falta é a consciência me pesar
Mas ela não pesa,
E eu não compreendo!
Levanto-me tarde,
Não vou à escola.
Levanto-me fraca,
Não quero mais nada dessa droga sem nome.
E ao me levantar tomo meu calmante...
Estou brava, estou com raiva,
O calmante é fraco...
Ainda estou com raiva...
Agora triste,
Agora pior,
Agora inconsolável,
Agora choro.
Por que diabos não sou anjo do céu
E sim da terra?
Por que Deus é tão humano
Mas tão científico?
Por que com nada que o despropósito exige, me identifico?
O calmante é fraco,
Mais fraco que o humano do meu ser que é fraco,
Mais fraco que o mais fraco de todos os fracos
Mais fraco ainda do que a ausência da simples vontade de ter força...
Mas eu, o que sou?
Sou crítica, e subestimo o que não pode contra ela
Porque não tem forças contra tal
E nem se quer força para querer ser forte...-força que eu tenho, a de querer o que eu não tenho.
(Mas assim, do jeito que eu teimo... de repente a percebo)