A Curva do Caminho
Aqui se semeava a quimera
Nos dias que eram cativos da solidão.
Aqui também se festejava a primavera
Em qualquer amor que chegava que, então,
Era sempre o primeiro, depois da espera...
E houve dias de ilusões crescidas,
E noites de santos prazeres,
Que me fazia herdeiro das manhãs coloridas...
Na curva do caminho de antes,
Onde as nuvens se desenham fortes,
E as sombras saltam soluçantes,
Meu sonho de amor sofreu mil mortes...
Mas, hoje, a minha poesia, em incólume luz,
Reúne os meus versos, já em pedaços,
E no desejo de te amar, em que se traduz,
Só se inspira na flor dos teus abraços.