OLGA

O cinzento dia começou se vestir de preto; o anoitecer fez repensar o que de manhã era dúvida... pelo o que morria, pelo o que matava. As luzes acendiam claras, clara como a ideia que nos avistava, querendo impor alguma coisa da qual não pensamos duas vezes antes de cometer. Dizia a irmã mais velha à Olga - a juventude é coisa que fazemos questão de aproveitar junto a estupidez, para quando grande for não dormir com a cabeça pesada de arrependimentos. Olga era tão perniciosa quanto poderia ser canonizada, isso tudo com menos de 30 anos. Engendrada na superfície do real, do dualismo, dentro e afronte a tudo o que queria reviver um dia. Pensando alto, alto demais Olga gritava dentro de si " logo que nasci parece que um anjo veio me visitar, ao lado um demônio fazia companhia, frisando meus olhos e minha couraça fraca perguntaram quem eu queria ouvir primeiro - o anjo ou demônio Olga, nos diga? Logo mencionei, a Verdade, não a universal ou racional, mas a Verdade da minha vida! O demônio encarou o anjo e tomou posse da vida de Olga, insinuando que nascera apenas para sofrer, para completar então a vida dos outros. No entanto pediu um minuto, o anjo, para encerrar a conversa - a Verdade nos torna consciente de quase tudo. De quase tudo? Olga replicou confusa - sim, de quase tudo. O anjo continuou... Inconsequente de sua imaginação seu intento é agradecer o que nunca colocará nas mãos, isso é consciência, não Verdade.