Se eu pudesse contar...
Se eu pudesse contar quantas vezes me frustrei,
quanto medo senti, quanta insegurança já vivi,
não caberia nessa folha de papel.
Se eu pudesse contar quantos encontros e/ou desencontros causaram alegrias e lágrimas, não teriam palavras suficientes para descrever a ambivalência de emoções cada vez que lembro dos laços feitos e desfeitos.
Se eu pudesse contar quantas vezes deixei algo inacabado, por medo de ter o desejo concretizado, nem sei o que você diria, e isso importaria?
Se eu pudesse contar quantas vezes atendi ao desejo do outro para ser amado,
você me diria: “Cê tá loko amado?”.
Se eu pudesse contar muitas coisas, seria bom ou ruim?
Quando conto alguma coisa eu perco e ganho.
O que ganho e/ou perco quanto conto? Não sei.
Quando souber te conto, ou melhor, não conto.
Se eu pudesse contar…
Felizmente não posso.
Não consigo contar tudo, ainda bem.