pássaro de hermes

enjaulado estou

aprisionado à própria mente,

devorando minhas asas

para me controlar,

no entanto este amor

propriamente demonstrado

devolvera-me as sátiras

coube a ti me exilar,

livre da esperança,

sentimentos ilusórios,

redigi-me mais um livro

a cada segundo de espera,

limpe-me a herança

preso a um berço irrisório,

reage subconsciente

e a lucidez se desespera,

eternidade em sofrimento

grita alto alma vazia,

pagina à pagina

eternizando vaidades,

prazeres torpes, sofre menos

enquanto corpo extasia,

imagina a cena

algemado, literário,

sem poder de expressão

algo dentro me dizia,

quem diria?! ... amor, me cala,

guardo vida, sete chaves

em meu sótão de lamentos,

tão só, nem mesmo eu

posso toca-la,

quarto cinza, dor estraga

lá no fundo, amor, pequemos,

suas curvas, meu clarão,

onde anula solidão

me acusa, hospedeiro,

sob a culpa, sendo em vão,

cada qual seu precipício,

quando jogo-me, espedaço,

só em teus braços

sou inteiro.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 14/10/2020
Reeditado em 30/06/2021
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