Transbordei um eu que não sou eu.

— O que transborda dentro de você?

— Amor, amor próprio.

Transbordei um eu que não era eu.

Por longos anos tentei me enquadra.

Ser igual a todos parecia legal, pelo menos me fazia parecer legal.

Até que um dia me perguntaram o que transbordava dentro de mim.

Não sabia responder, porque o vazio que existia ali fazia eco, minha alma não transbordava nada, era seca e infeliz.

Até o dia que cultivei amor dentro de mim, o processo foi lento, mas agora que floresci ninguém mais tem o poder de me cortar pela raiz.