Pára ...
Pára poeta ... és louco
Acalma a tua vida a tua dor
Esquece o sonho
Esquece o amor
Esquece a ternura
Esquece essa mulher
Que te deu a dor
Como a um outro qualquer.
Foi a nuvem leve que passou
Retirou-te todo o sol e a vida
Carinho levemente tocou
Fazendo-se crer tua querida
Pára poeta ... és louco.
Mata essa dor que tens no peito
Conta nos poemas tua vida
Tens esse direito
... é a tua ferida.
Que sangra e dói
Esquece a ternura
Esquece o seu leito
Esquece a ventura
De a teres no peito.
Não sonhes mais ...porque acabou
Faz teus versos com laivos de dor
Risca nos céus a palavra ... amou
Apaga dos versos ...o amor.
Pára poeta ... és louco.
Não sonhes carícias
Não sonhes a vida
Com suas delicias
Porque acabou
Ela não amou
Nos braços de outro ... ficou.
Esquece a vida
Se for preciso
Esquece o corpo
Que te embriagou
Esquece os lábios
Que os teus beijou
Esquece os seios de prazer
Que o teu ser embriagou
Pára para sempre poeta e louco
Larga teu destino e a vida
A flor perfumou-te muito pouco
Ela não quer ser tua querida .
Pára
e esquece
Não lutes
Ela não merece
Sê louco
A vida é pouco
E tu podes viver
A escrever...
Sonha teus poemas sem amor
Louva as mulheres e sua beleza
Todas elas são como a flor
E mães da vida são de certeza.
Pára poeta ... és um louco.
António Zumaia
Sines - Portugal