O POETA COMO COISA.

Quando eu tiver

fome,

e começar a devorar

as palavras,

não me chame de cão

faminto.

Nem de ferrugem nas

peças do labirinto.

Quero delas o sumo,

o caldo verde que dá

verdor aos versos.

Quero quebrar os ossos

rasgar,

tendões e músculos,

empurrar o tutano,

e resgatar delas o ar.

Não queira que esse ato

seja fugaz,

não é fácil penetrar

no universo das coisas,

e estabelecer vida.

Quando eu olhar

sobre a mesa rústica

a obra pronta,

não zombe do meu olhar,

quero absorver

no verde dos meu olhos

o pipilar da obra.

Deste ponto parto,

mas não me apressem!

Correr pra quê,

é inexplicável este caminhar,

nada de pressa.

No silêncio e na calma

o poeta constrói

a ponte, para depois

passar.

não o veja como coisa!

Apenas sinta os passos

do seu caminhar...

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 18/10/2020
Código do texto: T7090221
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