SÃO PAULO

Prevejo a indiferença por trás do concreto,

as ruas que passam e as pessoas que permanecem.

Não entendo nada e no entanto, não me importo.

Nem tudo é resposta onde o brilho é encenação.

Por aqui estive, nem rastro ficou para trás.

A cidade é contra todo mundo,

e o asfalto é o verniz da tristeza.

Quem tem paciência para interpretar o acinzentado,

quando passamos em direção ao nada, tão apressados?

Ser daqui, é limitar-se num cubo de solidão,

com o mundo sob os pés e alguma esperança no coração.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 26/10/2020
Código do texto: T7096965
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