Toada das águas
o suspiro inebriante
da toada das águas
enraíza feminilidade
em solo fértil.
a suave firmeza
dos pés em movimento,
e num rodopio gracioso
as flores do vestido
se tornam parte da paisagem.
sinto as nuvens
nas palmas das mãos
toco meu rosto,
percebo outro corpo
adormeço menina
desperto bailarina.
na cadência da maré
pernas estáticas,
ora elásticas
traçam o caminho
da oferenda.
há uma beleza
na recolhida tristeza
do balanço macio.
sangue, minerais, aço e som
a existência é fruto
da morte das estrelas.
Brilhança dança de primavera
no embalo da minha ginga,
requebro o corpo
riscando versos no ar.