Silêncios que falam

O vento corre solto

na fita métrica do tempo

Aumentando os écos

do seu galope

Supera distâncias

Vem de longe

Muito longe...

atravessando milênios

Conhece segredos

Guarda mistérios

sem deixar vestígios

Apenas passa...

No ar

um silêncio profundo

parece vir

do poço do mundo

Os silêncios

povôam as esquinas

nas madrugadas

A ausência nas vidraças

emudecem as perguntas

mas o poeta...

escuta o murmúrio

das palavras

nos lábios da noite.

Olga Silveira
Enviado por Olga Silveira em 13/11/2005
Código do texto: T71087