DE NOVO ESTA DOR DE AMOR
(do meu livro "Rosas Do Vento", 1987)
Ah! De novo esta dor de amor…
Chega invadindo meu peito
em busca de um suspiro que seja
e reclama a falta de você…
A solidão me vem por todos os lados
e me apavora e sinto mais forte
a sua ausência - a mexer comigo
e choro - refugiado em mim mesmo...
Na lágrima que rola, não sei porquê
sinto o toque dos seus dedos
tento beijá-los - inutilmente
me sinto indefeso - no chão
e na garganta sufocado, um grito
sem forças se cala - seu nome talvez...
E prefiro guardá-lo em mim
como sendo meu mais caro segredo
pois, a ninguém quero revelar
que te amo e que este amor
me dói tanto cultivar.
Meus olhos procuram em vão
por todos os cantos, a sua presença,
mas nada, nada encontram,
Vejo um vulto - que não defino
certamente é só uma alucinação...
Meu coração acelera o ritmo
atravessa o compasso e perde-se
entre bemóis e sustenidos de uma
triste valsa que envolve minha alma
num longo e lento definhar...
Mas, o vulto não me sai da mente...
Esse sofrer calado - até quando resistirei
esse vazio que a sua presença
não vem preencher?