imutavelmente inerte

Um dia pálido

Apático

Os olhos percorrem as paredes de um branco gélido

A buscar as belas recordações

Do que foi noite

Noite cálida, estrelada

O pranto brota na alma

Enquanto o rosto permanece inexpressível

os ouvidos lembrando do último bolero

os lábios ainda vermelhos do beijo do adeus

pensou que o tempo apagaria esses detalhes

mas, não, o tempo não passou

tudo se mantém imutável

sofregamente imutável

o mesmo amanhecer sem esperança

o seguir sem rumo

o olhar parado

e os sentimentos que não se permitem sufocar...