UM PAPEL EM BRANCO NA BANCADA DO JORNALEIRO

A vida não arde e eu sinto falta

de quando o peito rasgava.

Do perfume que vai me ganhar.

Do rosto da desconhecida.

Desses detalhes

que irão me perturbar de saudade.

Eu não sei em que estrada encontrá-los

ou quando irá virar a esquina.

Sei que vai arder quando

a carne

estiver no fogo.

Então vem depressa que o relógio

não entende de falta...

Como a boca que não sabe

o gosto da água

que irá matar a sede,

mas,

quer beber.

Alisson Oliveira
Enviado por Alisson Oliveira em 18/11/2020
Código do texto: T7114379
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