VAI MEU GRITO

(do meu livro "Lira Casual, 2000)

Vai meu grito

vai dizer ao mundo

que é grande a minha dor.

(mas maior é o meu amor!)

Vai dizer ao mundo

que a vida é bela

mas que do jeito que está,

não dá para continuar...

Nossas crianças têm muito ainda

que viver e brincar e aprender...

Não podemos deixar

que os nossos sonhos continuem

calados e sem esperanças

diante da hipocrisia das ideologias...

Vai meu grito

não poupe esforços para chegar

onde quer que tenha que chegar,

Não omita a ninguém

os meus apelos,

pois grande é a minha dor,

e essa dor já sei, não é só minha...

Vai meu grito

siga teu destino de mártir

erga-te como voz no deserto,

voz dos desesperados

voz dos inocentes

voz dos pobres e esquecidos

em suas misérias,

que por eles, não há ninguém...

Ai, me compadeço das criancinhas

que apesar de tudo ainda nascem

como se dissessem que ainda

há esperança, que não é tarde...

Talvez elas tenham razão,

talvez não seja mesmo tarde,

por isso, descruza os braços meu grito

e vai, e vai à luta,

pois a vida passa e não podemos

mais simplesmente esperar

pelo dia de amanhã.

Há fomes a vencer

Há doenças a curar

Há misérias a combater

Há vidas se perdendo

nos muitos mares de lama

que o sistema da nossa insana

política de aparências nos impõe,

e sobretudo, pela nossa falta de amor

ao próximo.

Por isso, vai meu grito

toma a frente na linha dessa batalha

e mais que voz, sejas uma bandeira,

de paz preferência

e que seja verde de esperança...

amarela de otimismo, azul de harmonia

e branca de paz,

e que o mundo todo a possa ver

tremulando eufórica aos ventos

e a siga nessa empreitada

rumo à liberdade verdadeira,

e que em tuas mãos triunfem

a paz e o amor.

Wilmar J Rosolen Pimentel
Enviado por Wilmar J Rosolen Pimentel em 18/11/2020
Código do texto: T7114588
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