O INVERSO DA ESPERA

É chegada a hora de desatar os nós

De habitar espaços indizíveis

Cerzir no silêncio o grito contínuo

Remendar, na palavra, o verbo da vida.

É chegada a hora em que as lágrimas

Já formaram um imenso rio

Em que a travessia é um dever

Daqueles que aprenderam com o tempo.

É chegada a hora de o sujeito

Antes oculto, se tornar histórico

Hora da igualdade virar realidade

E a luta, o único e possível idioma

É chegada a hora somar vozes

De modo que esperança seja para agora

É a hora em que o amanhã demora

E a liberdade é a maior urgência.