5h40 & 11h00 & 13h49
Às cinco e quarenta um céu de azul metálico,
entre o semicírculo, dominava toda a abóbada
da manhã que aguardava o fresta da alvorada,
ainda nas coxias da ex-noite que saiu de órbita.
Agora, às onze horas, o ciano resiste na encosta
(as nuvens vieram com seus chumbos esparsos),
sequestraram os cinzas e espalharam as rochas,
onde acendi os meus sonhos e subi o despacho.
Na sacada vejo vários ruídos e ouço os pedaços
da rua que levitam na elipse do átomo e no bafo
dos versos que na cerração do poema se formam
e voláteis sobem e rodopiam e nunca mais voltam.