UMA FOLHA QUE CAI.
Neste caderno
anoto você,
logo agora ,debruça
desajeitada sobre meus
sentidos,
vem passo a passo
andando em mim,
que lindo pé de desejos,
que sorriso lunar,
penetro suas retinas,
como a luz da lua
nos resíduos das noites,
apalpo e causo volúpias
no sorriso desbotado dos
desejos,
a valsa vem letárgica,
o salão se abre ,
corpos penetram e se fundem,
tudo agora é sensações,
uma janela se abre,
uma voz taciturna ameaça
o débil silêncio,
o poeta está acuado,
caderno, caneta e solidão,
a sua frente um copo d'água,
um papel de bala barata,
nada mais...
Psiu , ouça o zumbido,
dê-me ouvido !
Você faz ruído em meu
silêncio,
vou desaguando versos,
sou agora lápis, papel e versos,
repouso em ti,
Vasto mar que uni continentes,
encosto em teus sentimentos,
vamos ler versos madrigais
depois tomar um café?
E lá pelo fim da noite
abrir a janela,
olhar uma estrela,
fazer estrelas em nós,
que bom será essa aventura!
Quando o dia nascer,
temos tantas coisas para contar.
sou assim mesmo,
esse é meu caminho,
uma folha que cai ,
é um bom prato para
eu divagar...
Mas você não é uma folha,
Você é poesia real.