Minha pandemia
É recheada de horas mortas
Sem lugar para enterra-las
Fico à deriva de falar com alguém mesmo que seja numa tela
Que nem dá para ver direito os olhos
Uma vez que, eles dançam como estivessem na chuva
Perco o assunto… entristeço...
De saudade!
Quero abraçar meus filhos
Meus netos
Quero viver!
Sinto-me amordaçada
Sem chance de revoltas
Amor e não guerras
Protestos que marcaram minha adolescência
Sem sol na quadra de vôlei
Nem filosofias no boteco
Na gafieira sem eira e nem beira
Dançar escandalosamente
E rir no efeito do álcool
O marido elogiando
E sentindo tesão
A madrugada virou dia
De chuva fina caindo
No rosto e refletindo
Uma alegria sem tamanho
Seria felicidade?
Talvez!
Nunca saberei.
Não consigo enterrar minhas horas mortas!
 
elaenesuzete
Enviado por elaenesuzete em 01/12/2020
Código do texto: T7124782
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