MULHER DA VIDA

(do meu livro "Lira Casual, 2000)

Mulher da vida

Mulher da noite

Exposta ferida

Do seu próprio açoite

Mulher do mundo

No exercício da função

Deseja no fundo

Paz no coração...

Mulher vadia

Mulher solidão

Só quer alegria

E o mundo diz não!

Nas esquinas da vida

Pela noite à dentro

Se encontra perdida

Nas mãos do momento...

Não tem graça o poema

Quisera fosse flor

Não esconde o dilema

Embora fale de amor.

Mulher da vida

Mulher do mundo

Mulher vadia

Eu sinto muito...

Mulher sem nome

Apelido apenas

O mundo lhe consome

Bem mais que suas penas.

Mulher de areia

De vento e sal

Sua alma vagueia

Entre o bem e o mal...

Mulher, objeto sois

Do prazer enganador

Me dói, vê-la depois

Do orgasmo, carente ainda de amor...

E sem saber o que quer

Iludindo, se ilude também

E faz de um sonho qualquer

A felicidade que não tem...

A mim não cabe

Os seus passos julgar

E o mundo, que sabe

Além de lhe usar?

Mulher sem nome

Mulher de areia

Mulher... nada mais que mulher

Assumiremos essa culpa à meia...

Yokohama, Japão - 08/1.998

Wilmar J Rosolen Pimentel
Enviado por Wilmar J Rosolen Pimentel em 04/12/2020
Código do texto: T7127455
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