MADRUGARDEN

MADRUGARDEN

Nas últimas horas da noite

Em que as estrelas se vão

Desperta o caminhar

Sem pegadas ao chão

Apagando as agruras

Das míseras ruas

Enlevam as aragens

E os gorjeios afloram

Sinais claros de vida

Despertam em passos errantes

Nada é como antes

Mas pouco ou nada importa

Nesta solitude solidão

Banhada pelo aroma

De terra úmida

E flores em inércia

Não há ruídos

Há o respirar sem voz

Do mundo escondido

Medroso de morte

Temeroso de vida

Esquecido que tudo é

Passagem

O fio é tênue

O sentimento forte

O norte

Sempre no inexorável

Azar ou sorte

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/12/2020
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