LUSCO-FUSCO

LUSCO-FUSCO

O céu da minha meninice

Era azul e assim continua

Quem sabe seja perpétuo

Mudaram-se as minhas cores

E meus olhos

Castanhos opalescentes

Indiferentes a luzes

Chegados a trevas

Desprovido de prazer

De ter e ser vivo

Parece sem sentido

Apenas inspiro e expiro

O ar que me mantém

E açula a chama

Que em lusco-fusco

Quer apagar-se enfim

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/12/2020
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