A POMBAGIRA DE BIZET
Carne domada em casa grande,
não compreende ventania que abre porteira.
Vem raio, mas antes vem dança forte,
onde leques se abrem e o chão se risca,
não é linha reta, é diagonal da noite,
de anel recusado e morte avisada.
Só cabe improviso pra quem é esquerdo,
não mora em concreto nem se lamenta.
Por isso que o tempo é caso perdido,
pedindo licença em meio à tormenta.
Daqui nunca foi, nem há de ser um dia.
Foi feita de assombro e fita encarnada.
Quebrou as mãos numa falsa alegria,
pra reinar sem dono na encruzilhada.