poema de amor

poemas de amor, quão tamanha ironia

da parte da morte,

põe temas de dor, sobre a mesa vazia

onde jogo minha sorte,

amanhece calor, numa noite sombria

teu colo me acolhe,

me acende o sabor sob a lua após dias

enfaixando meus cortes,

agonia entalada

refletem orgasmos, morro

entre latas vazias e o mesmo cansaço,

há poesia engasgada,

recorro aos desejos mais sórdidos,

a sorte é dos meus lábios por terem encontrado

a anestesia da alma,

recolho o despejo da sobriedade,

faço o que loucura me prescreveu em contrato,

meu traficante assinou a receita

tive lapsos de alivio enquanto ainda chorava,

como pode ser assim tão perfeita?

me vi em seus olhos quando ainda te olhava,

plantei sofrimento chegou a colheita

me espreme os ossos como a dor de outrora,

poupei-me somente do q te entristeça

se estendem aos nossos prazeres de outono,

poços nos quais mergulhei por inteiro

no mundo de hoje qual o valor do "eu te amo",

imerso na lama que me prende os joelhos

me apeguei aos costumes no calor do momento,

em parte isento de ser parte um do outro

me atirei de uma ponte pra sentir o seu gosto,

meu ser é a fonte que jorra esgoto

externa o que sou e me reflete por dentro,

conte-me, se ainda se esconde

me interna por meses

até que morra em pedaços.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 21/12/2020
Reeditado em 21/12/2020
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