DOS VENTUROSOS DESFECHOS

Calados estavam os rouxinóis,

escondidos entre as árvores,

fugindo das bravas nuvens

que bradavam trovões retumbantes

e cuspiam águas líquidas e sólidas e geladas.

O vento uivava

nervoso,

espantando lebres e raposas,

glorificando a tormenta

em suas canções esfuziantes.

A tarde estava escura

e longa e escura.

Relvas e flores frágeis não puderam resistir.

Desverdejaram…

A noite,

tenebrosa como nunca,

sequestrou as estrelas e a Lua e os astros,

chorou de raiva, de ódio, de medo,

de covardia,

gritou em fúria contra todos os átomos.

Esgotou-se de suas tantas lágrimas fartas,

enfraqueceu

depois de vociferar seus raios.

Coube à antemanhã quebrantar a ira

e preparar o caminho.

A aurora chegou morna,

de mãos dadas com o azul, o Sol e o respiro.

Os estribilhos podiam ser ouvidos

entrelaçados nos braços dos zéfiros.

A abelha provou da flor,

e o cervo alimentou-se

do verde rico de orvalho.

Natan Batista
Enviado por Natan Batista em 21/12/2020
Código do texto: T7141064
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